Arquivo do mês: fevereiro 2011

Relembrando Puente Del Inca

“Impressionam as ruínas de um hotel, em Puente del Inca (2720m de altitude), completamente destruído por uma avalanche em meados dos anos 60, que preservou apenas a pequena igreja lateral. Esse hotel, próximo à ponte natural sobre o Rio Las Cuevas, era uma construção sólida, suntuosa, com acesso subterrâneo a banhos termais – nessa área emergem fontes de água quente, carregada de minerais, borbulhando ininterruptamente.”

Dormimos uma noite num camping local antes de chagarmos no Parque do Aconcágua. Tudo muito rústico porém acolhedor. Comemos na casa de uns locais que abrem as portas da sua moradia para turistas que querem um prato de comida quente na noite fria. Também serviu de aviso aos nossos glóbulos que se preparem para maiores altitudes.


Relembrando Talampaya

O grande Cañon de Talampaya é realmente surpreendente. Parece mesmo o lugar do desenho do Papa Léguas lembram? Pois é. As formações são incríveis, “mijones” de anos para formar essa maravilha e não é a toa que hoje seja patrimônio da humanidade. Perdemos o tour principal por causa de uma chuva que caiu no dia anterior e transformou o acesso num lamaçal onde nem 4×4 passa. Esse tour leva a lugares incríveis mas mesmo assim todo canto lá é incrível e conseguimos fazer esse trekking que já valeu muito a pena. Vimos coisas que quem pega o tour não vê. Esse é outro lugar que gostaria de passar uma noite acampado. Deve ser igual a um sonho em noites de luar. De qualquer forma nem tem como pois quem não conhece se perde fácil nos muitos labirintos curvos e alaranjados. Sendo um lugar inóspito e altamente regulado, sem chance de acampar e curtir sua plenitude.

Fantástico esse lugar, cheguei a comer uma mosca de tão boca aberta que andava lá. Piramos a cada segundo, cada passo era uma cena pancada. Lugar para voltar novamente e conhecer ainda mais.

 


Relembrando o Vale Pintado

Vale Pintado em Ischigualasto. O lugar é incrível, pena que todo o tour do parque é guiado e todos se locomovem nos seus veículos por estradas de chão. Seria muito legal passar uma tarde aí no vale contemplando essas cores, o problema é que é proibido e além disso esse lugar é bem grande e alto. Descer la embaixo significa também que você terá que ser resgatado pois não vai conseguir subir de volta ou pelo menos vai ficar perdido por horas até achar um caminho. Tem coisas que só olhando de longe mesmo.


Estamos de volta!

Sim, chegamos são e salvos! Muito contentes, cheios de novas experiências vividas e adquiridas. E a vida volta ao normal. Ahh! Que saudades da Argentina…das excelentes estradas velozes onde passava o dia todo metendo a pata no acelerador, sem tranqueiras, sem relógio, sem muitos horários e a estrada aberta pela frente. Foram 6300 quilômetros rodados por paragens e paisagens inesquecíveis. Grandes caminhadas, acampamentos e aventuras por todo o caminho. Devemos dizer que amamos a Argentina para sempre, é um país lindíssimo de uma riqueza natural incrível e paisagens realmente surpreendentes além de um povo amigo que sabe o valor que tem essa terra. Tão perto da gente, nossa vizinha estará para sempre ali do lado esperando pelos olhos daqueles que apreciam os cenários espetaculares de naturezas inimagináveis em todas as estações do ano. Esqueçam todas idéias preconceituosas os que as tiverem e quando puderem, vão pra Argentina. A gente recomenda.


Voltando pra casa.

Já estamos perto, tão perto que nem parece que é longe. Estamos mais perto do que rodamos no primeiro dia da viagem, estamos em Federal onde tudo é federal. Farmácia Federal, Conforto Federal, Supermercado Federal, Ferreteria Federal, Helados Federal, Parrilla Federal enfim tudo que existe aqui é Federal. Espero que o bife de chorizo que pretendemos comer também seja de um tamanho federal. Esse bife é o mega bifão deles, se tu quiser comer um churrasco, ou seja, bastante carne, essa é a melhor escolha.

Bom, outras coisas que aprendemos por aqui na Argentina é que não importa o lugar onde você escolha comer, um moquifo de beira de estrada ou um restaurante de hotel o preço é quase sempre o mesmo. Aprendemos que o feijão com arroz do argentino é a Milanesa (bife a milanesa com ovo e batata fritos), que os postos de gasolina não são numerosos e é melhor completar o tanque regularmente. O comércio fecha das 13:30 às 17:00 incluindo supermercados. O farol baixo deve ficar aceso todo o dia na estrada para facilitar ultrapassagens. A polícia vai te parar algumas vezes na estrada, mas não da nada. Há também vigilância sanitária para frutas. A amplitude térmica aqui é extrema. Uma hora tu estás no deserto sob um calor de 40º e em 50km num local úmido, frio e chuvoso. Os argentinos gostam de Renault pelo que se vê. Gostam de carros velhos. Gostam muito de bicicleta, sempre há ciclistas na estrada incluindo cicloturistas….que mais…ihh, tantas outras coisas que nem vamos mais escrever aqui.


Quebrada Del Condorito

Chegamos no Parque Nacional Quebrada Del Condorito com tempo nublado perigando chover. O lugar fica a uns 1700m de altitude em uma serra perto de Córdoba. A temperatura baixou dos 40 para os 15 em questão de meia hora e lá fomos nós acampar. Acampar no parque e conhece-lo dessa vez foi de graça. No momento em que chegamos na área de acampar, fomos pegos por uma chuva forte que se transformou numa tempestade de relâmpagos que apavorou a Ju. Passado outro susto o clima ficou meio xarope porque além de tudo nossas coisas estavam bastante úmidas. Dormimos bem cedo e pela manhã o tempo ainda continuava fechado e ameaçador. Conseguimos dar uma curta caminhada de meia hora mas o parque é grande e as trilhas são de até 6 horas. Então resumindo, no final fomos até o Condorito só para molhar as coisas e dormir sob tempestade, voltando pro carro sem ter feito as trilhas e conhecido realmente o parque e fotografar condores. Mas na natureza é isso mesmo e não podemos fazer nada a não ser voltar quem sabe uma próxima vez pois o lugar é lindo e merece alguns dias para ser descoberto. Como o tempo é curto e já não nos resta mais tempo, estamos de volta na estrada a caminho de casa.

Ju!? Cadê o condorito?

 


4 dias.

Bah, só quatro dias pra terminar as férias e estamos a mais de 2000km de casa. O tempo agora vai passar rápido. Já rodamos uns 4.500km. Engraçado que só agora parece estar passando rápido porque foi tanta coisa que fizemos e os dias foram tão longos que parece mesmo que já estamos há meses na Argentina. No momento acabamos de almoçar num restaurante em Vila Dolores já no estado de Córdoba e no geral a coisa funciona assim. Chegamos num restaurante que tenha wi-fi e começamos a postar, inserimos os memory cards das cameras e selecionamos rapidamente uma que outra foto legal que já redimensiono no photoshop e salvo pra web. Temos que fazer tudo meio rápido pois a comida não demora tanto. Temos muitas e muitas fotos de cada lugar e fica até difícil escolher na hora mas é assim mesmo. Ontem na minha câmera ja tinha 2011 fotos, isso mesmo. Na camera da Ju já tem 1260 fotos. Vai ser até xarope ver tudo isso depois. heheh. De qualquer forma acho que vamos ter que manter este blog funcionando por mais um tempo, mostrando mais fotos que não deu tempo de postar e postando também outras considerações sobre os lugares. Bom, temos que pegar a estrada agora. Até breve.


Sierra de Las Quijadas

Bom galera, estamos chegando ao final da nossa viagem que esta sendo maravilhosa e muito além das nossas expectativas. Estamos agora nos dirigindo a Córdoba onde ainda falta um lugar para conhecer, Quebrada del Condorito. Mas isso falaremos mais além. Anteontem chegamos no Parque Nacional da Sierra de Las Quijadas que é como um Arizona na Argentina. Terra vermelha, semi deserto e arbustos e árvores de acordo com a secura do clima. Fizemos duas caminhadas, uma delas de 4 horas e meia nos levou até incríveis formações de rochas que se chamam Farallones. O calor estava infernal pois já estamos abaixo dos 1000 metros e por isso a caminhada foi dura. Acampamos duas noites lindas de lua no local e hoje pela manhã pegamos novamente a estrada. Quase recebi uma multa por ultrapassar na faixa dupla mas me deram uma colher de chá não sei bem ao certo. Aqui as estradas são feitas para correr e o limite geralmente é 110, 120. Ando rodando nessa média aí afinal são retas longas e asfalto bom.


Segunda feira – Dia do remo.

Sim, remamos bastante, o lugar é imenso.

Mais uma semaninha de aventuras. E hoje? Aqui estamos blogando enquanto deveríamos estar preocupados em onde dormir hoje. Ainda não sabemos e mais um dia se termina.


Cañon de Atuel

Entramos e percorremos o interior do Cañon Atuel até chegarmos ao grande lago represado. O cenário é paradisíaco, praias, pedras coloridas e uma canoa que alugamos por um dia e noite e que nos levava para todos os recantos do lugar. A noite de lua crescente foi surreal mas acordamos assustados com uma tempestade de raios e vento que passou bem perto. Hoje pela manhã uma companhia sinistra espera na porta da barraca. Deu tudo certo, espantamos o bicho mas nunca nos sentimos tão próximos de uma picada, estávamos preparando o café na porta e a poucos centímetros dela sem perceber. Passado o susto tivemos um dia de muito sol e calor remando por todos os cantos do cañon.